“Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro...”

Clarice Lispector

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O caso da borboleta Atíria

     Muitos livros me deram grandes lições de vida durante a  minha trajetória de leitora. Uns mais que outros, de formas e pontos de vista bastante diferentes. Poderia enumerar vários deles, mas destaco um em especial, por ter sido o meu primeiro,quando ainda engatinhava na leitura, aos 9 anos de idade,na terceira série primária. Trata-se de uma narrativa infanto-juvenil, da série Vaga-lume, chamada "O caso da borboleta Atíria", de Lúcia Machado de Almeida.
     Esse livro marcou-me sobretudo porque eu nunca havia lido um livro inteiro,uma história longa,e,de repente,tomei conhecimento daquele mundo imaginário,onde habitavam insetos,como grilos e borboletas. Era a minha "estreia" como leitora e eu estava encantada com a ideia de que aqueles seres da floresta eram os personagens,em vez de seres humanos. Como era encantadora aquela narrativa de mistério ! Hoje sei que era um romance policial, porque estava havendo assassinatos misteriosos na floresta e os crimes precisavam ser desvendados pelo detetive Papílio, antes que Atíria, uma frágil borboleta que havia nascido com um defeito nas asas e por isso não podia voar para muito longe, se tornasse a próxima vítima.
     O tempo passou. Aliás,muito tempo. E tantas outras histórias eu li de lá para cá,mas hoje sei que aquele livro "magrinho", de cuja capa ainda me lembro e que marcou tanto a minha infância,foi o meu primeiro contato com a ficção, com a invenção de histórias de todos os tipos, e me abriu caminho para conhecer as tantas histórias que o homem conta de si e de todos os seres do mundo. Por isso, destaco " O caso da borboleta Atíria" como o livro que mais me marcou dentre os muitos que já li.

Professora Iraneide Cidreira (Humanidades/GEC Bolívar)

Um comentário:

kakatua disse...
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